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“Ler para aprender mais”
19/03/2018

Ataíde normalmente lê três livros por vez: um na cabeceira, um na cozinha e um na bolsa, para ler no ônibus

Com a educação formal mesmo Ataíde Rodrigues não teve muita oportunidade para aprender. Ele conseguiu estudar apenas durante dois anos em uma escola no município de Arapoti. Mas conhecimento é o que não falta para esse senhor. E é nos livros que ele o adquire. “Um dia eu li na Revista ‘O Cruzeiro’ sobre um senhor que tinha dois empregos e ainda assim estudava. Chegava em casa tarde da noite e ficava até as duas horas da manhã fazendo suas tarefas. Pensei que eu também poderia fazer aquilo”, recorda. “Eu leio para aprender mais”, dispara.

Cuidando de um jardim e outro, o dinheiro que sobra para o senhor Ataíde não é muito para comprar livros, mas ainda sim quando não encontra um do seu gosto nas estantes do Pegaí Leitura Grátis, ele corre em um Sebo ou na Livraria para garantir a sua dose de conhecimento. “Muita gente não lê porque não tem dinheiro pra comprar um livro. Mas estando a disposição para emprestar, toma gosto”, garante, exultando a proposta de democratização da leitura. “É importante. Para o bem da vida”, explica, com muita propriedade no assunto.

Quando o senhor Ataíde foi fazer uma visita ao depósito do Pegaí Leitura Grátis, a convite do coordenador do Instituto, Idomar Augusto Cerutti, ele contou que estava “obtendo conhecimento” por meio de três livros. Um fica na cabeceira da cama, já que toda noite ele tem que ler algumas páginas antes de dormir. O outro fica na cozinha, entre uma garfada e outra…. Já o terceiro ele leva em uma bolsa para ler no ônibus. “É melhor ler do que ficar reclamando, como muitos no ônibus”, conta.

E pelo jeito é essa a rotina que o senhor – que é pai de 13 filhos, avô e bisavô de alguns netos e bisnetos (estes ele perdeu a conta) – pretende continuar, já que “temos que estudar sempre, até o fim da vida”. Como uma vez escutou de um palestrante canadense ao ser questionado por um aluno sobre até quando devemos estudar. A resposta foi:  “Enquanto respiramos”.

Os filhos, netos e bisnetos, assim como o senhor Ataíde, também tem o hábito da leitura. Não conseguem acompanhar o patriarca, mas devem ter seus motivos… Mas independente do parentesco, “Aconselho que leiam”, finaliza.

O Senhor Ataíde foi “descoberto” pelo repórter André Salamucha da RPCTV durante o quadro Coletivo RPC. Na ocasião ele logo contou que o que gosta mesmo de fazer é ler livros. O Pegaí  é claro gostou da história e foi conferir…