Sim, o Pegaí Leitura Grátis tem parceria até com Sebos da cidade. Assim como a população já acredita no projeto que aproxima livros sem leitores de leitores sem livros, os empresários que mantém espaços de venda de livros também. E não são somente os sebos não. O Instituto Pegaí mantém parceria com livrarias e editoras. Isso porque todos acreditam no poder transformador da leitura.

A parceria com os Sebos pode até parecer estranha para alguns, já que no Pegaí os leitores não precisam pagar para ler os livros que pretende. Mas assim como os voluntários do Instituto, os mantenedores dos Sebos acreditam que o projeto que democratiza o acesso a leitura está formando leitores. Leitores estes que podem vir a se tornar consumidores. Simples assim!

Mas esta parceria vai além da formação de leitores. No Sebo Espaço Cultural II (Sebo da XV), por exemplo, há uma caixa de coleta do Pegaí. Os próprios vendedores auxiliam na devolução de livros, e ainda colaboram para sua arrecadação. Isso porque há livros que chegam aos Sebos que não podem ser vendidos por lá. Como é o caso de livros paradidáticos, com o selo de venda proibida e também os do MEC. Para o Pegaí eles servem.

Há ainda situações em que os livros com o carimbo do Pegaí chegam aos Sebos para serem vendidos. Nestes casos, a caixa de coleta já está no local, pronta para recebe-los novamente.

Assim como o Sebo colabora para o bom funcionamento do Pegaí, o Pegaí realiza o inverso. Com dezenas de caixas de coleta espalhadas na cidade, o Instituto recebe mensalmente uma média de dois mil livros. A maioria das pessoas que colabora com a manutenção do projeto, realizando a doação de livros, já conhece suas regras. “Recebemos livros de ler e não de estudar”.

Mas aquelas que desconhecem muitas vezes doam enciclopédias, livros de estudos e também religiosos. Quando isso acontece os livros que podem ser comercializados nos Sebos ‘viram’ livros de literatura para o Pegaí. O Instituto realiza uma troca com o Sebo, devolvendo para seus leitores novas obras, principalmente as infanto-juvenis que ainda não contam com doações significativas.