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Pegaí lança obra produzida em Penitenciária
10/08/2017

O Instituto Pegaí Leitura Grátis lança na noite desta sexta-feira sua primeira obra. O Cordel do Pegaí conta um pouco da história da proposta que democratiza o acesso à leitura. Depois de escrito pelo cordelista Josué Limeira, a obra foi inteiramente produzida dentro do Hospital de Livros do Instituto Pegaí na Penitenciária Estadual de Ponta Grossa.

Josué Limeira é autor do Pequeno Príncipe em Cordel. Morador de Recife, ele conheceu o Pegaí após contato de seu idealizador Idomar Augusto Cerutti, que solicitou a doação de sua obra. “Ele enviou e logo iniciamos uma parceria. Primeiro fizemos um marcador de página com o mesmo ilustrador do Pequeno Príncipe em cordel – Vladimir Barros -, depois ele solicitou nossa historia para transformar em cordel”, conta.

Limeira agradeceu a oportunidade de participar de uma publicação diferenciada e ressaltou a importância de projetos que fomentam a leitura. “A gente precisa levar cultura para o povo que está sofrido e cada vez mais desprovido de recursos, até para comprar um livro”, disse.

Com a história em mãos, veio a vontade de publicá-la, mas não de uma ‘maneira convencional’. “Como estávamos com o Hospital de Livros em funcionamento e com um de seus restauradores demonstrando seu talento no desenho, surgiu a ideia de produzir o cordel lá mesmo, dentro da Penitenciária”, relata Cerutti.

Enquanto o restaurador William Starke produzia a ilustração do cordel, as alternativas para a impressão era pensadas e testadas, até que o ‘resgate histórico’ foi pensado. “Utilizamos uma técnica antiga com tinta tipográfica e carimbos para a produção do cordel no Hospital de Livros”, conta o coordenador do Instituto Pegaí. Assim foram produzidos um mil exemplares da primeira obra inteiramente do Pegaí. “Já publicamos alguns livros, de autores que nos permitiram. Mas este conta a nossa história”, diferencia.

Para o ilustrador do Cordel, o apenado Willian, o cordel foi um presente que ele ganhou lá na Penitenciária. Após todo seu trabalho, que teve que contar com muita imaginação, pois ele não conhece a estrutura do Pegaí fora do Hospital Regional, o apenado sonha em entregar um exemplar para a sua família. “A minha família sabe o que o projeto me proporcionou. A oportunidade que tive em participar desse cordel”, conta, todo orgulhoso.

O Cordel do Pegaí estará disponível para leitura nas diversas estantes do Pegaí espalhadas em Ponta Grossa, Ipiranga e Realeza.