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Pegaí oportuniza encontro entre ‘faces do crime’
08/11/2017

O jovem Felipe Passos contou a sua história aos apenados na PEPG

Histórias transformadas pelo crime. Apenados da Penitenciária Estadual de Ponta Grossa (PEPG) e uma vítima de assalto, que teve sua vida inteiramente modificada por conta de uma violência sofrida e que deixou sequelas, em uma ‘troca’ de experiências. O Instituto Pegaí Leitura Grátis promoveu este encontro entre as duas faces do mundo do crime na manhã desta quarta-feira em mais uma ação desenvolvida dentro do Hospital de Livros.

Uma das empresas mantenedoras do Hospital de Livros do Instituto Pegaí na PEPG, a Agência Eletricka Klupp vêm realizando desde o mês de março uma proposta de ‘capacitação’ dos apenados que atuam na restauração de livros, e desta vez levou o jovem Felipe Passos de 27 anos, hoje vereador na Câmara Municipal de Ponta Grossa, para falar sobre sua experiência de vida, e como um crime o transformou.

Aos 22 anos, Felipe e sua família foram vítimas de um assalto. “Três jovens entraram em minha casa. E quando vi que um deles estava prestes a atirar em minha mãe, me joguei na frente”, relatou o jovem, que era esportista, e pretendia seguir uma carreira circense, nos trapézios. O tiro acarretou em uma lesão medular, que acabou deixando-o paraplégico. “Primeiro os médicos não acreditavam como saí vivo. E o primeiro diagnóstico que seria para ficar tetraplégico, não se concretizou”, exulta Passos, creditando o fato a sua fé e força de vontade. “Nunca pensei em parar”, disparou, completando que a partir do fato, decidiu que sua vida “não seria em vão”. Hoje, além de parlamentar e missionário, ele já retoma suas atividades no esporte.

Com o relato de Felipe, a emoção tomou conta do Hospital de Livros. Entre os ouvintes, alguns condenados por assalto. “A gente faz uma covardia. Tira o dinheiro de pessoas que estão trabalhando”, desabafou Eriel, que hoje garante: “O mais certo é trabalhar”.

Entre as dúvidas dos apenados, uma Passos fez questão de responder. “Perdoei os assaltantes, na semana em que estava no hospital. Acredito que fizeram isso, pois não tiveram outras oportunidades”, destacou.

Falando em oportunidade, os restauradores agradeceram por poderem conhecer e acompanhar o relato de Felipe. “Eu fiquei por 13 anos preso na Penitenciária Central do Estado e nunca tive uma ‘reunião’ como essa. Aqui estou aprendendo a dar valor para a vida”, disse José Carlos Carvalho.

A empresária Camila Kluppel, da Agência Eletricka pretende levar outras ‘experiências’ aos restauradores do Hospital de Livros. “Queria mostrar a eles que a vida é feita por decisões. O Felipe de hoje é o resultado de um crime. Ele poderia ter escolhido ficar em casa sem perspectivas, mas escolheu ser feliz”, explica ela que propôs aos apenados uma nova escolha: “de seguir o caminho do bem” após cumprirem suas penas.

Além da Agência Eletricka Klupp, o Hospital de Livros do Instituto Pegaí Leitura Grátis na Penitenciária Estadual de Ponta Grossa conta como mantenedores a Virtual Software para Seguros, a Unimed Ponta Grossa e a Gráfica iPrint.